26/08 – Dia Internacional da Igualdade da Mulher

Mulheres do esporte, da política, das artes e de diversos outros meios estão aproveitando esse dia para celebrar grandes conquistas femininas e, ao mesmo tempo, expor as desigualdades de gênero que ainda assolam sociedades do mundo todo. Isso porque em 26 de agosto de 1973 o Congresso dos Estados Unidos decidiu que nesta data seria comemorado o Dia Internacional da Igualdade Feminina, em homenagem à aprovação, 53 anos antes, da 19ª emenda, que permitiu o voto às mulheres norte-americanas.

Aqui no Brasil, o voto feminino amplo chegou em 1934 e só se tornou obrigatório, assim como o masculino, em 1946. E mesmo que muitas outras conquistas, como direito a licença maternidade, acesso a anticoncepcional e a criação de leis contra violência doméstica, devam ser relembradas e celebradas, basta examinar pesquisas e relatórios sobre gênero para entender que, infelizmente, ainda há um longo caminho a ser percorrido para a equidade.

Em um relatório sobre desigualdade de gênero, lançado anualmente, o Fórum Econômico Mundial estabelece quatro critérios (econômico, educacional, de saúde e político) para analisar países de todo o mundo. Embora tenha subido duas posições em relação ao ano anterior, o Brasil ocupava, no último relatório, uma posição desalentadora: 92º lugar dentre 152 países. Na América Latina, somos o 22º país, na frente apenas de três de nossos vizinhos. De acordo com o Fórum, precisaríamos de 59 anos para eliminar as desigualdades de gênero no Brasil –  sem considerar, é claro, possíveis retrocessos.

Outros estudos brasileiros, como o Atlas da Violência, mostram nossa dificuldade de promover uma sociedade mais igualitária. Entre 2007 e 2017, cresceu em 30,7% o número de feminicídios em todo o país. E o fator racial agrava o problema: de todas as mulheres assassinadas em 2017, 66% eram negras. Nesta reportagem publicada no GUIA, você pode conferir 10 fatos sobre a desigualdade de gênero no Brasil e, em outra, é falado um pouco sobre o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra Latina e Caribenha, que levanta o debate sobre o recorte racial na luta feminista.

Trabalhar para promover a igualdade feminina

Concordamos que simplesmente ser mulher no mercado de trabalho já é uma luta e também uma conquista, mas você sabia que trabalhar pela igualdade feminina é uma profissão? Em 2009, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi pioneira ao lançar o curso Estudos de Gênero e Diversidade, uma graduação na área de Ciências Humanas com duração de quatro anos. Olha só algumas matérias com as quais você se depararia no curso:

– Introdução ao Estudos de Gêneros;

– Gênero e Relações de Poder;

– Gênero e Violência;

– Gênero e Políticas Públicas.

Como se trata de uma formação ainda recente, a única no país, não existe um lugar bem demarcado para essas profissionais no mercado de trabalho, mas órgãos municipais e estaduais podem contar com um bacharel em Estudos de Gênero e Diversidade para a formulação de políticas públicas assim como empresas, cooperativas e ONGs que desejam avançar nessa pauta.

A Assufsm deseja à todas TAEs e colaboradoras do Sindicato um dia de luta e resistência!

Texto: Guia do/a Estudante Abril

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