O Dia da Consciência Negra, ou Dia de Zumbi, é comemorado em 20 de novembro em todo o país. A data homenageia Zumbi, um pernambucano que nasceu livre, mas foi escravizado aos seis anos de idade.
Mais tarde ele voltaria para sua terra natal e seria líder do Quilombo dos Palmares, morrendo assassinado em 20 de novembro de 1695. Assim, Zumbi representa a luta dos negros e negras e a consciência negra.
O que é consciência negra?
Consciência negra é o sentimento que os e as negras apresentam sua história e a sua herança cultural, o que encoraja a luta negra contra a discriminação.
Por esse motivo, o objetivo do Dia da Consciência Negra é fazer uma reflexão sobre a importância do povo e da cultura negra no Brasil. Também serve para analisarmos o impacto que os negros(as) tiveram no desenvolvimento da identidade cultural brasileira, o que podemos constatar na música, na política, na religião, na gastronomia e entre várias outras áreas profundamente influenciadas pela cultura negra.
Essa data também homenageia milhares de homens e mulheres negras que lutam bravamente todos os dias contra o genocídio do seu povo, contra o genocídio de negras e negros.
Um exemplo de resistência é de Marielle Franco. A socióloga e política foi eleita Vereadora no Rio de Janeiro e presidiu a Comissão da Mulher da Câmara Municipal. Trabalhou em diversas organizações da sociedade civil voltadas para os direitos humanos e atuou em coletivos e movimentos feministas, negros e de favelas.
Em 2018, foi assassinada no carro onde estava junto com o motorista Anderson Pedro Gomes em um atentado. A tentativa de silenciamento de Marielle, porém, fez ecoar no país inteiro um movimento pela investigação do crime e pela valorização da vida das mulheres negras. Veja mais aqui.
“Quem mandou matar Marielle mal podia imaginar que ela era semente, e que milhões de Marielles em todo mundo se levantariam no dia seguinte” – Instituto Marielle Franco.
Apesar de oficializada somente em 2011, a escolha da data em memória de Zumbi ocorreu na década de 1970 e partiu das conversas de quatro universitários gaúchos: Oliveira Silvera, Vilmar Nunes, Ilmo da Silva e Antônio Carlos Côrtes. Eles frequentavam rodas de conversa que questionavam a legitimidade do 13 de maio, data da abolição da escravatura, para o povo negro.
Para eles, a data não representava, de fato, a liberdade dos negros escravizados, pois depois da assinatura da Lei Áurea eles não receberam nenhum tipo de assistência do poder público para iniciar suas vidas de forma digna. Portanto, o 20 de novembro, em memória de Zumbi e sua luta histórica, era mais apropriado para o movimento negro brasileiro.
Viva Zumbi, Viva Marielle, viva o povo negro!