No dia 20 de novembro, é lembrada a vida de Zumbi dos Palmares, líder quilombola que foi morto na luta contra a escravidão. O dia da sua morte foi nomeado “Dia da Consciência Negra” e anualmente, é marcado por protestos e atos nacionais contra o racismo, discursos de ódio e, nesse ano, também em repúdio às políticas do Governo Bolsonaro.
Várias cidades do Brasil participaram do evento, em Porto Alegre, houve uma grande manifestação convocada pela CUT-RS (Central Única dos Trabalhadores e Trabalhadoras) e por demais instituições de esquerda. Já em Santa Maria, o Ato foi promovido por coletivos do Movimento Negro Unificado (MNU) e por entidades sindicais.
O protesto, em Santa Maria, ocorreu na Praça Saldanha Marinho na tarde de sábado e contou com belas encenações e atividades. A professora estadual aposentada, vereadora em exercício, e atual coordenadora do MNU, Maria Rita Py Dutra, promoveu um debate e ressaltou pontos importantes:
“Precisamos elevar a luta, construindo consciências em defesa de um mundo melhor, com mais igualdade, justiça e felicidade”, colocou a coordenadora, entendendo que ainda estamos longe de vivermos em um planeta no qual a cor da pele não é sinônimo de desigualdade. Em sua fala, ela ainda acrescentou que há muito o que fazer para se construir uma sociedade com relações mais respeitosas e harmoniosas.
“Conseguimos realizar denúncias da presença do racismo em nossa sociedade brasileira. Também foi muito forte a cultura negra durante o ato com música, rima, e, além disso, falamos sobre o genocídio do povo negro”, relata o representante do DCE Luiz Bonetti.
Dentre as apresentações do evento, destacamos a de Gustavo Rocha, o Afroguga, militante do Movimento Negro que esteve presente em live sindical da Assufsm. O ativista lembrou vários assassinatos que ocorreram no Brasil, como o de Marielle Franco, morta com 80 tiros, João Alberto, Gustavo Amaral, entre outros. O Afroguga leu os nomes de uma série de vítimas e seguiu-se uma homenagem a pessoas negras falecidas, na qual o público pôde pendurar fitas brancas em uma cruz na praça.
“Cartazes pedindo o fim do genocídio do povo preto também foram levantados durante o ato”, recorda o Coordenador de Formação Política e Sindical Eloiz Cristino.
Além da apresentação, houveram outras representações ligadas a religião, dança e música (rap) e o Ato todo foi marcado por homenagens lindas e comoventes. As pautas mais recorrentes durante a manifestação foram “Vidas negras importam”, “Fora Bolsonaro Racista” e “Fora Bolsonaro e Mourão”.