Guedes, que chamou Servidores(as) de “parasitas” em 2020, agora diz que nunca xingou funcionários(as) públicos(as)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira que nunca xingou servidores(as) públicos(as) e pediu apoio deles para aprovação da reforma administrativa, que muda as regras do funcionalismo. Guedes participou de evento organizado pela Corregedoria do Ministério da Economia. Ele citou um episódio do início de 2020, quando usou a palavra “parasita” ao falar de servidores públicos.

“Eu nunca xinguei (servidores). A minha mãe é funcionária pública, está viva ainda com 99 anos, foi funcionária pública a vida toda, dedicada, uma boa servidora. Eu estou experimentando aqui o convívio aqui com gente extraordinária”, afirma Guedes.

Na época, em um evento no Rio, Guedes defendia amplas mudanças no funcionalismo público:

“O funcionalismo teve aumento 50% acima da inflação. Além disso, tem estabilidade na carreira e aposentadoria generosa. O hospedeiro está morrendo, o cara (servidor) virou um parasita. O dinheiro não chega no povo e ele (servidor) quer reajuste automático”, disse Guedes em fevereiro de 2020, que completou defendendo que servidores(as) concursados(as) podem ser demitidos:

“A população não quer mais isso, 88% das pessoas são a favor de demissão no funcionalismo público”, continuou, ao som de palmas da plateia.

Em sua fala nesta quarta, o ministro afirmou que foi tirado de contexto e que se referia a estados e municípios em casos extremos, quando toda a receita vai para salários, e não para saúde, educação e segurança.

“Não acreditem nas versões editadas do que eu falo. Eu estava fazendo um discurso sobre a necessidade de controlar os gastos das unidades subfederativas. Tem centenas de municípios que não conseguem pagar a própria folha. Eu disse: ‘olha, isso é como se fosse uma unidade que está ficando parasitária’. Aí na mesma hora falaram que estava xingando funcionários públicos”, diz Guedes.

Pedido de apoio

Guedes pediu ainda apoio dos funcionários(as) públicos(as) para aprovação da reforma administrativa proposta pelo governo e parada na Câmara.

“Eu peço apoio do nosso funcionalismo, porque estamos falando de modernização do serviço público, digitalização, maior produtividade e meritocracia. Nós propusemos uma reforma administrativa onde nós não iríamos atingir nenhum direito do funcionalismo público atual. Nós só estávamos criando um filtro para valorizar o funcionalismo atual”, afirma ele, dizendo: “agora não é só fazer um concurso público e ganhou estabilidade, você vai ser avaliado para então merecer a estabilidade de emprego que os cargos atuais já têm e continuarão tendo”.

Guedes também disse que o papel do Estado é cuidar das pessoas e não produzir petróleo com lucro que pode ser considerado alto. Nos últimos dias, têm sido recorrentes dentro do governo as críticas aos lucros da Petrobras por conta do preço dos combustíveis. O próprio presidente Jair Bolsonaro vocalizou essa reclamação.

“Nós estamos aqui para cuidar da população brasileira e não tentar fazer chapa de aço com prejuízo, petróleo com lucro que às vezes, até o mercado, todo mundo reclama que até é excessivo, pela concentração e verticalização do mercado. Estamos aqui para oferecer serviços públicos de qualidade para a população brasileira”, disse Guedes.

Texto e Foto: O Extra (RJ)

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