A maioria dos estados brasileiros vem registrando aumento nos índices de ocupação de leitos de UTI para adultos no SUS. Seis estados, além do Distrito Federal, apresentam taxas de ocupação superiores a 80%, classificando-se, assim, como zonas de alerta crítico da pandemia. Nas zonas de alerta intermediário, onde as porcentagens ficam entre 60 e 70%, encontram-se 12 estados. Os oito estados restantes estão fora das zonas de alerta. Os dados advêm de nota técnica divulgada nesta quarta-feira, 26, pelo Observatório Covid-19 da Fiocruz.
No material, que pode ser lido, na íntegra, aqui, são apresentados os números exatos de ocupação dos leitos de UTI nos estados considerados críticos ou intermediários:
Alerta crítico: Pernambuco (81%), Espírito Santo (80%), Goiás (82%), Piauí (82%), Rio Grande do Norte (83%), Mato Grosso do Sul (80%) e Distrito Federal (98%).
Alerta intermediário: Amazonas (75%), Roraima (70%), Pará (76%), Tocantins (77%), Ceará (75%), Bahia (67%), Rondônia (65%), Amapá (69%), Rio de Janeiro (62%), São Paulo (66%), Paraná (61%) e Mato Grosso (78%).
Capitais
Além dos estados, nove das 25 capitais encontram-se na zona de alerta crítico. São elas: Velho (89%), Rio Branco (80%), Macapá (82%), Fortaleza (93%), Natal (percentual estimado de 89%), Belo Horizonte (95%), Rio de Janeiro (98%), Cuiabá (89%) e Brasília (98%). Na zona de alerta intermediário estão 14 capitais: Manaus (75%), Boa Vista (70%), Palmas (69%), São Luís (64%), Teresina (percentual estimado em 79%), Maceió (65%), Salvador (67%), Vitória (77%), São Paulo (71%), Curitiba (71%), Florianópolis (69%), Porto Alegre (60%), Campo Grande (79%) e Goiânia (75%).
Explicações
Os números divulgados indicam, segundo atestam as pesquisadoras e pesquisadores do Observatório, que a situação da pandemia no país está piorando. Embora o avanço da vacinação não tenha permitido que cheguemos a um cenário aterrador como o observado especialmente nos primeiros meses do ano passado, o alto potencial transmissível da Ômicron tem dificultado o achatamento das curvas de contágios e contaminações.
“O que se coloca é que, com a elevadíssima transmissibilidade, mesmo uma proporção muito menor de casos gerando internações em UTI incorre em números expressivos. Pessoas que já receberam a dose de reforço são pouco suscetíveis a essas internações, embora comorbidades graves ou idade avançada possam deixá-las vulneráveis”, aponta trecho da nota técnica. Dentre as pessoas mais suscetíveis a desenvolverem formas mais graves da doença estão principalmente as não vacinadas e vacinados, seguidos de quem ainda não recebeu a dose de reforço.
O documento lançado pela Fiocruz ainda destaca ser fundamental estabelecer protocolos mais rígidos de segurança, cobrando a obrigatoriedade do uso de máscaras e da apresentação do passaporte vacinal para acessar inclusive locais públicos, além da promoção de campanhas de conscientização para que as pessoas se autoisolem caso sejam acometidas por sintomas típicos da Covid-19.