No dia 21 de janeiro foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) o Orçamento de 2022, que destina às Universidades Federais R$ 5,3 bilhões, valor inferior ao de 2019, último ano de funcionamento regular – e presencial – das instituições, quando essas receberam R$ 6,1 bilhões. Se o número deste ano fosse corrigido pela inflação, de acordo com o IPCA do período entre 2019 e 2021, ele deveria ter um acréscimo de R$ 2 bilhões. A partir dessa circunstância, Marcus Vinicius David, reitor da UFJF e presidente da Andifes, comentou em entrevista ao Uol que o orçamento atual é insuficiente para que as universidades se mantenham em bom funcionamento em 2022.
Segundo David, as Federais somente não colapsaram nos últimos dois anos devido à suspensão da presencialidade, porque os orçamentos de 2020 e 2021 também foram abaixo do necessário – R$ 5,5 bilhões para 2020 e R$ 4,5 bilhões para 2021. Com o planejamento de retorno ao presencial em 2022, as instituições de ensino superior demandam maiores investimentos em medidas de segurança sanitária nos campi, bem como em gastos com manutenção e consertos de laboratórios e salas de aula, que estão ‘’parados’’ desde o início da pandemia.
A Andifes já havia evidenciado, ainda em novembro do ano passado, a necessidade de aumento no orçamento de 2022, por meio de uma projeção de custos de operação, que foi repassada ao Congresso Nacional. Os cálculos incluíram manutenções e gastos com contas de energia, água, segurança e internet, resultando em um orçamento de R$ 6,9 bilhões, que evidentemente foi ignorado pelo governo.
Qual a situação da UFSM em meio a essa conjuntura?
De acordo com informações da Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan), a UFSM sofreu uma redução de 26,6% no valor orçamentário de 2022, em relação a 2019 – considerando a inflação do período. Para que a instituição se mantenha funcionando bem durante todo o ano, seria necessário acrescentar R$ 31 milhões ao orçamento. Luciano Schuch, novo reitor da universidade, explicou que, na tentativa de manter a UFSM operando com poucos recursos financeiros, seria necessário priorizar reformar e realizar um controle rigoroso nos encargos universitários.
Entretanto, Schuch enfatiza que a instituição está tentando readequar o orçamento junto ao Governo e não desistirá tão facilmente. A Andifes reforça a luta por verbas extras para todas as Federais, mas compreende que será uma batalha difícil de vencer.