Na sexta-feira (14) aconteceu a cerimônia oficial de inauguração da Casa do Estudante Indígena Augusto Ópẽ da Silva. A confraternização foi marcada por falas de lideranças indígenas que enfatizaram a importância desta conquista para a permanência e valorização da cultura indígena na UFSM.
Mediada pelo estudante de Direito Rodrigo Mariano, a cerimônia de abertura contou com a presença de diversos setores envolvidos na preservação da Casa do Estudante Indígena, dentre eles o cacique Kaigang da aldeia de Santa Maria, o líder espiritual indígena, técnico-administrativos em educação, SEDUFSM, DCE e Administração. Eles destacaram a importância social de reparação histórica que a Casa do Estudante Indígena representa, salientando que esse foi apenas o primeiro passo e que o combate e luta para a reocupação de espaços que pertencem ao povo indígena ainda continuarão.
Como enfatizado ao longo da cerimônia, a Casa do Estudante é uma conquista histórica para o povo indígena, especialmente os que se assentam na cidade, pois faz parte do processo de reocupação de terras que foram invadidas durante o processo de colonização exploratória do Brasil.
Após as falas e exposições, estudantes indígenas realizaram uma apresentação cultural e finalizaram a cerimônia com um almoço de confraternização.
A primeira Casa do Estudante Indígena da América Latina
A Casa do Estudante Indígena na UFSM foi aprovada em 2015 após anos de discussão e luta. Ela é a primeira Casa do Estudante voltada para povos indígenas da América Latina e homenageia a figura de Augusto Ópẽ da Silva, líder kaigang, falecido em 2014 que foi decisivo na reivindicação do espaço indígena em Santa Maria e na UFSM.
O local tem capacidade para abrigar 96 pessoas e, atualmente, possui 66 moradores. Fica ao lado do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD), envolto de muitas árvores e natureza. Sua estrutura se propõe a diferenciar das demais, com um ambiente amplo para a convivência mais próxima. Conforme a demanda de estudantes indígenas for aumentando, a universidade já considera ampliar a Casa do Estudante e construir mais blocos e outros ambientes para comportar e preservar a cultura indígena.