Na tarde de quinta-feira, 25, aconteceu uma roda de conversa no Audimax, no prédio 16 da UFSM, sobre assédio moral e sexual na universidade: um diálogo necessário. A iniciativa partiu das técnico-administrativas em educação que trabalham no Centro de Educação com objetivo de debater com a comunidade em geral a importância em discutir o tema, informar e buscar soluções combativas a estes tipos de violência.
A atividade teve a participação da Coordenadora Jurídica e de Relações de Trabalho da Assufsm, Graziela Jacoby, que falou como funciona o GT Mulheres Trabalhadoras do sindicato, trazendo exemplos de casos de TAEs que foram exonerados ao comprovarem o ato de assédio sexual. Segundo Jacoby, é preciso que a gestão da UFSM pense em algo mais educativo, por que ainda continuam acontecendo casos de assédio moral e sexual na instituição. A ideia em criar uma comissão permanente de acolhimento foi trazida à tona e também comentada pela TAE Loiva Chansis, que esteve presente e comentou que a Assufsm já tinha sugerido à administração essa possibilidade.
O Coordenador Geral Alcir Martins também participou da mesa e falou sobre a verticalidade da hierarquização da universidade, ele comentou sobre a importância em fortalecer momentos como este, pois quem já viveu momentos de assédio sabe como é silenciador, e falar sobre esse assunto juntos e juntas é uma forma de ter mais capacidade de reagir.
“Ser tiver causando sofrimento a alguém é assédio”, disse a psicóloga Iara Ferrão que também participou da roda de conversa. Na maioria das vezes o assédio é realizado individualmente e um dos motivos disso é para que outras pessoas não fiquem sabendo do ocorrido. Segundo a psicóloga depressão, dor de cabeça, tonturas, falta de apetite, falta de ar são sintomas que podem ser identificados em uma pessoa que esteja sofrendo algum tipo de assédio.
A professora Andrea Cezne que esteve representando a Sedufsm trouxe em sua fala o que se caracteriza assédio moral e sexual, os tipos de assédio e também de que forma as pessoas podem provar quando são assediadas. Armazenar mensagens de celular, gravações telefônicas, insultos por redes sociais, são alguns exemplos de provas que podem servir em um processo no âmbito administrativo quando feito a acusação. Na universidade existe a ouvidoria, um canal que colhe as denúncias e depois investiga.
Solidariedade foi uma das palavras mais comentada nessa roda de conversa. Ajudar algum(a) colega no ambiente de trabalho é um ato de bondade com o próximo, e segundo Chansis debater e disseminar esse assunto e solidarizar-se com colegas, estudantes e professores(as) é uma forma de criar uma rede de coragem para combater os assédios nas universidades.
Por fim, o advogado Heverton Padilha, da Wagner Advogados Associados que representa o sindicato também participou do encontro e trouxe como colaboração casos reais de assédios nas relações de trabalho. Ele apresentou e exemplificou algumas decisões judiciais e também falou sobre assédio sexual ser crime e estar amparado pelo artigo 261ª da Código Penal Brasileiro.
De acordo com os representantes técnico-administrativas em educação do Centro de Educação a ideia é que essa roda de conversa seja realizada em outros centros também e a Assufsm estará à disposição para apoiar as organizações.