Na manhã desta terça-feira, 08, o 23º Confasubra iniciou o congresso com quatro temas importantes: Universidade, Direitos Sociais, Democracia e Hospitais Universitários.
A mesa, composta por representantes masculinos, começou com Fernando Maranhão, representante do coletivo UNIR, onde enfatizou a importância do papel da Universidade na vida dos estudantes, da autonomia, do Ensino, da Pesquisa e da Extensão. Ele criticou o funcionamento dos Hospitais Universitários, com gestão da Empresa brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), que funcionam com números de atendimentos em detrimento ao ensino e a pesquisa.
Segundo Maranhão, a EBSERH foi apresentada como a solução para os problemas da saúde, mas é mentira, pois o atendimento é sucateado, e a relação interpessoal dentro dos Hospitais Universitários é muito ruim. “A nossa resolução é extinguir a EBSERH, essa é a nossa política”.
Uma alternativa sugerida por Maranhão é que os movimentos sociais, os técnico-administrativos e os docentes, precisam unir força ao conservadorismo. “O MEC abre a possibilidade para que a gente discuta nas salas de aula, entre outras cosias, a questão da raça, etnia, lei Maria da penha, isso como um processo de formação do cidadão e cidadã. Mas a reação da direita é a escola sem partido para que não se discuta nada e transforme o professor em robô.
A luta pela educação é todo dia, e em todos os lugares, sendo assim a luta da categoria dos TAEs não é só pela campanha salarial, é pela permanência das universidades, é pela valorização dos trabalhadores e trabalhadoras.
Na continuidade dos trabalhos, o próximo a se manifestar foi o Coordenador de administração e Finanças da Fasubra, Rolando Malvásio. O primeiro tema a ser abordado foi Democracia, e para aprofundar sobre esse tema ele relembrou os tempos da Ditadura Militar em que a liberdade de expressão era proibida. “Duas pessoas reunidas era motim”, desabafa o Coordenador Malvásio. Em sua fala ele também destacou a importância de que a democracia caminhe de mãos dadas com os direitos sociais, uma vez que “não existe vida sem democracia, só existe a barbárie”.
Malvásio ainda destacou que é importante que os trabalhadores e trabalhadoras cheguem rediscutam as pautas que são importantes para a categoria, como campanha salarial e a EBSERH.
Após a fala do Coordenadora Rolando Malvásio, da Fasubra, houve um pedido de ordem por parte de um grupo de mulheres, presente na plenária, solicitando que a mesa fosse reordenada segundo a paridade de gênero. A igualdade que é tão primada entre as discussões da Fasubra, não estava presente nesta mesa, pois ela tinha sido ocupada apenas por homens. Ao ser acatada a solicitação, cinco mulheres ocuparam a mesa e o debate teve continuidade.
O professor e educador popular da Rede Emancipa, Maurício Costa, elogiou o movimento da mesa e explicou que apesar de também considerar trocar de lugar com outra companheira, como foi convidado para estar ali, ambos concordaram que o lugar de fala dele não deveria ser alterado. “Acho fundamental esse movimento que foi feito aqui. De fato, estamos juntos na luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade e isso quer dizer uma educação democrática e que a discriminação de gênero não prevaleça”, afirmou o educador ao início da fala.
Dando seguimento ao debate, Maurício elogiou o movimento de luta que as trabalhadoras e os trabalhadores técnico-administrativos em educação vêm realizando diante de todos os ataques e ofensivas da direita sobre a educação e as universidades. “Vocês, militantes da educação, quando lutam também estão educando”, reforçou o educador. Ao longo da sua fala, Maurício relembrou o histórico de greves que a categoria dos TAEs, em conjunto com outras entidades, vem realizado em defesa a educação e destaca que para fortalecer a luta que já vem sendo feita dentro das universidades com quem está hoje fora delas.
Ainda sobre o tema da educação, a enfermeira Janine, da Universidade do Espírito Santo, destacou que a conjuntura atual não permite nenhum vacilo, nesse momento, uma vez que o método que hoje é utilizado é de “matar, prender e realizar chacinas”, destaca. Para ela, a extrema direita vem atacando a educação de todas as formas e apenas um movimento organizado e unido pode levar a vitória. “Hoje também tem um modelo que estão usando na educação para fazer o modelo pedagógico que chama ‘competências sócio emocionais’, ou seja, o estudante vai aprender conforme a competência dele. Não há um plano que leve o estudante a melhorar”, conta a enfermeira.
Janine lembrou ainda que no caso da saúde, a ideia do Governo é criar um projeto que até 2038, 50% da população já esteja pagando para utilizar serviços básicos, como o SUS. Segundo ela, “Tudo que depende de nós só vai ter jeito se a gente fizer o Fora Temer. Tudo isso só vai ter jeito se conseguirmos construir a nossa unidade. Tudo isso só vai ter jeito se sairmos daqui para unificar com os trabalhadores de todo o país”, desabafa.
Após Janine, o representante do CTB e integrante do Sindicato dos Trabalhadores (as) da Unicamp, João Paulo fez sua fala. Abriu lembrando que a situação das universidades hoje é muito diferente do que na década de 1990. Houve um crescimento significativo no que tange à educação e para ele, hoje estamos diante de um novo paradigma, mas que o Governo retribui isso com a PEC55/2016 que congela os investimentos a educação por 20 anos.
O representante sindical também instou atenção aos discursos como #FORAEBSRH, uma vez que está é também composta por integrantes da classe e que hoje tem menos direitos que as trabalhadoras e trabalhadores do Serviço Público. “Um slogan hoje como esse, significa demita mais 15 e contribua para os 14 milhões de desempregados do país e isso eu acho que ninguém nessa sala quer. Precisamos pensar melhor no nosso debate”.
Além disso, João Paulo, discorreu sobre a importância de que as propostas de cada tese sejam mais que palavras escritas e ditas, que precisam chegar às ações cotidianas. Finalizou sua fala ressaltando que é necessário que todos e todas trabalhadoras que querem alcançar a unidade precisam respeitar o próximo, pois para ele, só assim é possível o avanço.
Após essas falas foi aberto para que os participantes da plenária se inscrevessem para manifestações para que então fosse retomada a mesa de “Universidade, Direitos Sociais, Democracia e Hospitais Universitários”. Ao longo da tarde os delegados e delegadas estiveram reunidos em Grupos de Trabalhos para discutir pautas como carreira, opressões, mulheres e direitos.
Prestação de Contas
Durante a noite desta terça-feira, 08, aconteceu a Prestação de Contas da entidade. As contas e parecer fiscal da Fasubra foram aprovadas pela ampla maioria dos (as) participantes da plenária. A mesa responsável pelos trabalhos informou que os documentos referentes aos dados apresentados ao longo desta noite estão à disposição no site da Federação, através do www.fasubra.org.br
Texto com informações da Assessoria de Comunicação da Assufpel.