Ato na Feicoop pede a permanência da Irmã Lourdes em Santa Maria

O Comitê Popular em Defesa da Economia Solidária, juntamente com os feirantes do Feirão Colonial do Projeto Esperança/Cooesperança, entidades, cooperativas, associações, sindicatos, representantes do Movimento Negro Unificado (MNU), Indígenas, moradores em situação de rua, estudantes, jovens, universitários(as) e entidades de educação, participaram do ato inter-religioso em defesa da Economia Solidária, na manhã de 22 de janeiro de 2022.

O ato inter-religioso foi um manifesto de divulgação contra a possível transferência da Irmã Lourdes Dill, da cidade de Santa Maria/RS, para o município de Barra do Corda, no estado do Maranhão. Como é de conhecimento público, a Irmã Lourdes Dill, pertencente à congregação católico-religiosa Filhas do Amor Divino, é coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança em nossa cidade e tem como certa a possibilidade de sua transferência para a cidade em questão.

Sua transferência abrupta, depois de tanto tempo em convivência com a nossa comunidade, bem como inúmeros projetos exitosos onde se destaca o trabalho que colocou Santa Maria como referência nacional e mundial no contexto da Economia Solidária, além de nos deixar inseguros em relação à continuidade do projeto Esperança/Cooesperança e a todos os outros projetos que funcionam sob sua orientação e coordenação, também nos faz questionar o porquê da necessidade de se transferir para tão longe uma senhora de 70 anos que tem uma trajetória de vida civil e religiosa exemplar e tão ligada aos movimentos da economia solidária de nosso Município e região.

Depois de trilhados 35 anos de trabalho na construção dos projetos que referenciam nossa cidade nos temas da agricultura familiar e feira solidária a nível mundial. Nesse momento, quando começam a frutificar os frutos de seu lindo e importante trabalho em prol da sociedade e daqueles que mais precisam de apoio, nos deparamos com esta real possibilidade de transferência da Irmã Lourdes Dill sem que tenhamos um motivo suficientemente claro e convincente para esta ação que é, de fato, extremamente agressiva e abrupta. Seriam questões políticas? Morais? Pessoais? Acreditamos que não.

O ato de sábado representa as ações do Comitê Popular em defesa da Economia Solidária, num movimento para que consigamos reverter esta real e quase irreversível possibilidade de transferência desta líder de nossa comunidade que tem em sua força de fé e de bondade todo o espírito de liderança e articulação em prol daqueles que mais precisam do olhar da solidariedade, num tempo de intolerância e a falta de empatia prosperam num mundo cada vez mais estranho e egocêntrico. Como ficarão os projetos esperança/cooesperança e todos os demais projetos coordenados e orientados pela Irmã Lourdes Dill? Eles permanecerão? Continuarão a existir? Como ficarão aqueles que tiveram suas vidas transformadas por esses projetos que transformaram a vida de tantas pessoas? Pessoas simples, comuns, as quais tiram e fazem da Economia Solidária o seu sustento e a sua principal razão de vida.

O evento de sábado trouxe em sua essência um manifesto pela permanência de nossa querida Irmã Lourdes Dill e foi capaz de aglutinar, em um único objetivo, diferentes correntes de pensamentos políticos e religiosos, unidos em prol de um único objetivo:  manter acesa a esperança da permanência de nossa querida Irmã Lourdes à frente dos projetos e movimentos em prol da Economia Solidária em nosso Município. Uma pequena fagulha que se tornará uma chama de esperança no caminho de todos(as) aqueles(as) que acreditam numa sociedade coletiva e colaborativa, onde todos(as) tenham acesso ao mínimo de uma vida digna e justa e que sejam capazes de realizar todos os seus sonhos. Um sonho como aquele imaginado pelo Bispo Dom José Ivo Lorscheiter e a Irmã Lourdes Dill há 35 anos atrás, quando transformaram o que era apenas uma área de campo no que hoje conhecemos como o Espaço da Economia solidária na Cidade de Santa Maria: o espaço do feirão colonial da Medianeira.

Fica Irmã Lourdes!

Texto e Foto: Comitê Popular em Defesa da Economia Solidária

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