Uma iniciativa da UFSM tem reunido pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento. Trata-se do Observatório da COVID-19, um painel de informações sobre o novo coronavírus. Rivaldo Faria, docente do departamento de Geociências, integra a equipe e explica que o objetivo do Observatório é produzir informações que instrumentalizem os gestores em suas tomadas de decisão relativas à pandemia.
“Uma das grandes dificuldades em relação à COVID-19 é a necessária rapidez em processos decisórios. Você não pode decidir terminar a quarentena sem ter uma análise adequada e profunda desse processo. O Observatório deve e vai estar cumprindo exatamente esse papel de produzir informações a partir de dados que permitam apresentarmos cenários, georreferenciar os casos, etc”, diz Faria. A equipe é formada por profissionais diversos, dentre esses epidemiologistas, administradores, estatísticos, geógrafos e pesquisadores das áreas de tecnologia, saúde e ciências humanas.
Quem desejar acompanhar o trabalho do Observatório pode clicar aqui. Conforme explicitado no site da UFSM, as informações produzidas terão por referência dados do Coronavirus Resource Center (Universidade Johns Hopkins – EUA), do Ministério da Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde e da Vigilância Epidemiológica de Santa Maria.
O papel da universidade
Faria acredita que a universidade joga um papel fundamental no combate ao coronavírus. “Como faz vigilância epidemiológica se não sabe onde o evento aconteceu? Onde está a pessoa que gerou a Covid positivo, por exemplo? Como faço para garantir que a quarentena e o isolamento aconteçam?Como faço para equacionar o número de leitos e respiradores em relação aos possíveis infectados? É preciso gerar informações, é preciso que essas informações que são produzidas na universidade rapidamente estejam acessíveis à gestão, à vigilância, aos profissionais que estão na linha de frente cuidando da saúde da população. São informações que colaboram para a prevenção e o controle da disseminação do vírus”, diz o docente.
Para Faria, problemas de qualquer ordem só se enfrentam com conhecimento. Ele cita os esforços de pesquisadores do Brasil e do mundo, que vêm tentando encontrar respostas e perspectivas à pandemia em vários campos do conhecimento. Mesmo num cenário de ataques sistemáticos às universidades, elas seguem sendo referência em produção de ciência e tecnologia.
“Estamos numa sociedade globalizada, no mundo dos fluxos, em que as pessoas vivem aglomeradas em cidades, e a universidade tem o papel fundamental de produzir conhecimento que venha a ser útil para realidades concretas como essa. A universidade pública brasileira está respondendo mesmo diante de um cenário, que já é cumulativo, de profundos ataques – tiram dela, cada vez mais, sua capacidade financeira e sua autonomia política e administrativa. E ainda assim a universidade vem respondendo de forma absurdamente positiva”, opina Faria.
Texto: Assessoria de comunicação da Sedufsm