Representantes do ANDES-Sindicato Nacional dos Docentes, em conjunto com a Federação dos Servidores das Universidades (Fasubra), Fórum Nacional de Entidades de Servidores (Fonasefe), Sinasefe, entre outras entidades representativas das servidoras e dos servidores públicos, se reuniram, de forma virtual, na tarde de quarta-feira, 29 de dezembro. O objetivo do encontro foi debater sobre a necessidade de construção de uma greve geral do funcionalismo público já no primeiro trimestre de 2022.
A possibilidade de realizar um movimento paredista do setor público federal seria uma resposta ao anúncio do governo do presidente Jair Bolsonaro sobre o reajuste no salário de policias federais, apresentado durante a reunião da Comissão Mista de Orçamento (CMO) na terça-feira (21). As demais categorias de servidoras e servidores foram simplesmente excluídas da ideia de recomposição das perdas inflacionárias.
Rivânia Moura, presidenta do ANDES-SN, chamou a atenção durante a live para a importância de discutir esse quadro atual de relação com o Executivo, reunindo diversas seções sindicais do funcionalismo público. “Quando falamos de reposição salarial, estamos falando de qualidade de serviço prestado, da condição que esse serviço chega ao público. Esse movimento também é uma pauta em defesa do serviço público e é por isso que estamos discutindo esse tema ainda em 2021 para que iniciemos 2022 com nossas deliberações acertadas”, disse a sindicalista.
David Lobão, presidente do Sinasefe, destacou sobre a importância da unidade para planejar uma paralisação contra a desvalorização das outras categoriais, que também aguardam receber um reajuste “Todas as servidoras e todos os servidores públicos estão com a perda salarial alta. A maioria está sem reajuste desde 2017, com perdas que ultrapassam 50%. Nós achamos que todos nós merecemos a reposição salarial, queremos que seja para todos e todas, porque nós sofremos com inflação”, ponderou.
A presidente do ANDES-SN também ressaltou que o sindicato tem discutido, em diversas atividades, em relação à necessidade de uma greve geral, contra os cortes do orçamento para educação pública e também com o objetivo de barrar a PEC 32 (Reforma Administrativa). Durante o mês de janeiro, outras reuniões serão marcadas para discutir as pautas sobre a possibilidade de paralisação do serviço público.
Para entender a situação
O Congresso Nacional aprovou o Orçamento da União para 2022 prevendo um valor de R$1,7 bilhão para reajuste das carreiras de policiais federais, causando uma onda de insatisfação em diversas categorias do serviço público, resultando com que mais de 300 servidores da Receita Federal pedissem exoneração até a tarde de 22 de dezembro. Na segunda-feira (27), auditores fiscais iniciaram uma greve contra a não regulamentação do bônus de eficiência, os cortes de orçamento em 2022 e contra o reajuste direcionado apenas para as carreiras de policiais federais. Segundo dados da Fonasefe, 632 delegados e chefes da auditoria da Receita Federal anunciaram a entrega de cargos, conjuntamente com a deflagração de uma greve.