Em decisão publicada pela Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República, o conselho recomenda ao ministro da Economia, Paulo Guedes, “maior cautela no linguajar utilizado em reuniões e/ou pronunciamentos públicos, ainda que de cunho restrito, em especial quando os adjetivos utilizados tiverem aptidão para gerar dúvida sobre a intenção do interlocutor ou quando o assunto tratado puder causar exposições desnecessárias, sem prejuízo de possível reapreciação do tema, caso surjam outros fatos específicos e elementos suficientes para tanto”.
O relatório foi uma resposta às denúncias do Fonacate e entidades afiliadas, nos anos de 2020 e 2021, no primeiro caso, o ministro afirmou que os servidores são autoritários e “militantes de governos anteriores”, e em outra ocasião acusou servidores públicos de serem “parasitas” do Estado. Na segunda denúncia, protocolada em 6 de outubro de 2021, foi por violações ao Código de Conduta da Alta Administração Federal e ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil, pelo conflito de interesses pela manutenção de empresa offshore milionária em “paraíso fiscal”.
“Embora a CEP não tenha entendido pela ocorrência de ilícito administrativo, a recomendação de cautela no uso de linguajar pode ser considerada uma conquista dos servidores, visto que repetidas vezes o Ministro Paulo Guedes se utiliza de expressões inadequadas ao seu cargo”, ressaltou a assessora jurídica do Fonacate, Larissa Benevides.
Para o presidente do Fonacate e da Fenaud, Rudinei Marques, “em vez dessas agressões verbais ao funcionalismo, Paulo Guedes deveria se preocupar mais com a economia nacional: a inflação voltou com força, o preço da gasolina disparou, há 33 milhões de brasileiros passando fome e, nessa conjuntura desastrosa, a economia segue estagnada”.
Texto e Foto: FONACATE