Milhares de trabalhadoras, trabalhadores da educação e estudantes tomaram a Esplanada dos Ministérios, no OCUPA Brasília nesta terça-feira (14/06). Atos também foram realizados no Congresso Nacional – em frente ao Anexo II e no Auditório Nereu Ramos, em defesa da educação, contra os cortes orçamentários do MEC, contra as privatizações das estatais e todos os ataques ao serviço público. O protesto terminou com uma atividade político-cultural nas proximidades do Teatro Nacional, com a apresentação do Maracatu Tambores do Amanhecer e do rapper GOG. Parlamentares da oposição também estiveram presentes na luta. A FASUBRA Sindical contou com a participação ativa das entidades de base.
Na última semana, o governo Bolsonaro anunciou mais um corte no orçamento do Ministério da Educação no valor de R$ 3,2 bilhões, que vai atingir diretamente o funcionamento das universidades e institutos federais. Os ataques são constantes, como a proposta de instituição de mensalidades nas IFE (PEC 206) e, ainda ontem, o Senado aprovou o PLP 18/22 que retira recursos do Fundeb – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Professores. A Câmara dos Deputados, por sua vez, reparou o erro e aprovou uma emenda que garante que os entes federados que perderem recursos do ICMS sejam compensados pela União e obriga estados, municípios e o Distrito Federal a manter a execução proporcional de gastos mínimos constitucionais com saúde e educação, incluindo os recursos do Fundeb.
“Estamos hoje em um momento de emergência, mais uma vez, com o PLP 18/22 tentando arrebanhar recursos da Educação e ao lado dos cortes que foram realizados semana passada fazem esse mosaico tenebroso do governo Bolsonaro contra a educação, contra o SUS e contra o Brasil. Por isso estamos aqui resistindo, estaremos contrários a esse conteúdo e sempre juntos na luta. Pela educação pública, gratuita e de qualidade”, destacou a deputada federal Alice Portugal (PCdoB/BA) no ato em frente ao Anexo II. Veja a fala na íntegra: https://bit.ly/3QrsssU.
O ato ainda abordou temas como a recomposição inflacionária; a corrupção envolvendo o MEC; a revogação da Emenda Constitucional 95 (Teto de Gastos); contra as privatizações; e em defesa e respeito à classe trabalhadora do serviço público, entre outros. Servidoras e servidores da Funai – Fundação Nacional do Índio – se somaram ao protesto e cobraram justiça pelo desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phllips, que foram assassinados durante uma viagem na terra do Vale do Javari, no Amazonas, no último dia 5/06. Eles ainda pediram mais segurança para trabalhadores em áreas de proteção.
O coordenador-geral da FASUBRA Toninho Alves afirmou no ato do Nereu Ramos que há um processo de desmonte das universidades e do Estado brasileiro em curso. “Há um projeto nesse país, por parte desse governo, que é atacar as universidades públicas, a educação brasileira e declarar guerra cultural com o processo do negacionismo, de ataque à ciência, à tecnologia e acima de tudo para acabar com os pensadores ou aqueles que ousam enfrentar o sistema do país”. Veja a fala na íntegra: https://bit.ly/3tH3vA3.
Quando a manifestação passou em frente ao MEC, Toninho mandou um recado ao ministro Victor Godoy. “Estamos aqui hoje para dizer ao ministro que a luta dos estudantes e dos trabalhadores unificou. Já caíram quatro ministros e nós estamos preparados para derrubar mais um, caso ele não reveja os cortes orçamentários que foram aplicados. Por isso estamos na luta, estamos resistindo e vamos defender as universidades públicas e os institutos federais”, reforçou. Veja a íntegra: https://bit.ly/39oAlPv.
O deputado federal Glauber Braga (PSOL/RJ) disse que os que querem destruir a educação pública não vão prosperar. “O que está acontecendo hoje é muito importante e essa tem que ser uma etapa para o crescimento da mobilização. Se eles imaginaram que iam passar a boiada sem nenhum tipo de resistência é porque não conhecem e imaginam a força dos estudantes de todo o Brasil. É pé na bunda do Bolsonaro. Viva a educação pública brasileira e fora Bolsonaro”. Confira: https://bit.ly/3b4RAW8.
No ato cultural o rapper GOG também mandou o seu recado para a FASUBRA. “Dizer a vocês que é importante reforçar atos como este aqui na Esplanada dos Ministérios, trazendo a nossa voz, a voz do povo sobre a importância da educação popular que é a nossa cara, que é a nossa história”, afirmou.
Para a Direção Nacional da FASUBRA Sindical este ato é mais um do processo de mobilização dos TAE em defesa da universidade pública e a Federação debaterá no Fonasefe e com as entidades da educação um calendário da mobilização no segundo semestre que unifique a luta dos segmentos do serviço público e a população para impedir a entrega das estatais e o desmonte da educação.
Texto e Foto: FASUBRA