A categoria de técnico-administrativos e administrativas em educação da UFSM ouviu o chamado da Assufsm para participar da primeira atividade dessas 48 horas de greve pela educação e compareceu na manhã de quarta-feira, 02, na reunião extraordinária aberta do Conselho Universitário da UFSM, no Centro de Convenções que tinha como pauta construir uma nota sobre a minuta do Programa Institutos e Universidades Empreendedoras e Inovadoras – Future-se.
A dinâmica da reunião abriu a possibilidade para que a comunidade universitária se manifestasse com relação ao programa future-se. A técnico-administrativa em educação (TAE), Graziela Jacoby, falou sobre a falta de diálogo do atual governo com a população na consulta pública que foi realizada pela internet sobre o future-se, e solicitou que o conselho emita uma nota dizendo que a UFSM não quer este programa.
Para o professor Jihad Mohamed, diretor da Sedufsm, o governo tem um projeto ideológico de destruição do ensino público, gratuito laico e socialmente referenciado – “ele quer acabar com projeto de universidade que insere diferentes faixas de população no ensino público”, disse Mohamed. Então pediu para que fosse rejeitado na integralidade o documento completo.
Muitos estudantes se manifestaram, e de acordo com as falas da maioria, o desejo é que a universidade seja do povo, dos trabalhadores e trabalhadoras, e que no future-se não há esse lugar. Este novo programa do governo pretende privatizar o ensino público e apagar tudo que foi lutado para ser conquistado até hoje.
Dentre os vários pronunciamentos, a única divergência na reunião foi quando um aluno do Clube Farroupilha falou a favor do Future-se, e foi muito vaiado. Ele disse que o novo programa possibilita o possível aumento do dinheiro vindo para a educação, através da iniciativa privada. Ele também disse que os alunos e professores que são a favor não estavam no Centro de Convenções porque estavam em aula. Novamente foi muito vaiado.
Após todas as falas, foi lida a nota do conselho universitário da UFSM sobre o future-se e os conselheiros e conselheiras manifestaram-se para colaborar. Um dos pontos mais comentados, inclusive a pedido das conselheiras Loiva Chansis e Maria Loura Silveira, foi que ao invés de ser contrário à minuta de projeto de lei “Future-se”, o conselho deveria dizer, com todas as letras, que rejeita esta minuta.
Porém, quando chegou a este adendo, a comunidade presente solicitou cantando que fossem trocadas as palavras de contrário para rejeita. Houve confusão no conselho, estudantes e TAEs tentaram manifestar-se, mas não foram ouvidos.
Por fim, o reitor Paulo Burmann colocou em votação a minuta, e em meio a toda confusão, aprovou e terminou a sessão no meio de várias questões de ordens de conselheiros para apreciar o destaque da conselheira Maria Loura Silveira, que pedia a troca das palavras para que ficasse bem claro, sem subjetividade, que a UFSM rejeita o Future-se.