Santa Maria deverá ganhar um Centro de Referência de Atendimento a Mulheres em Situação de Violência. O governo do Estado confirmou o apoio à instalação do Centro, que deverá ser inaugurado em março, durante o Mês da Mulher.
Com essa confirmação, Santa Maria passará a integrar a edição de 2022 do projeto Rede de Proteção da Mulher RS, uma iniciativa do governo estadual. A ideia, segundo o governo do Estado e a Prefeitura de Santa Maria, é que o Centro de Referência ofereça auxilio jurídico, psicossocial e de saúde.
Além disso, diversas entidades da cidade já estão se reunindo, trabalhando e construindo atos e ações para o Dia Internacional da Mulher, em Santa Maria.
Estrutura de apoio contou a favor
O prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) se reuniu com secretários na terça-feira (15) para começar a organizar a instalação do Centro de Referência. De acordo com o prefeito, o objetivo será acolher mulheres que enfrentam situação de violência e que precisam de apoio.
“Vamos montar um plano de trabalho, que será feito a partir de construção coletivo para garantirmos atendimento interdisciplinar para essas mulheres”, explica Pozzobom, que, em julho do ano passado, encaminhou à Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos a instalação de um Centro de Referência no município.
O fato de Santa Maria contar com uma boa estrutura de atendimento a vítimas de violência, como a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e a Patrulha Maria da Penha da Brigada Militar, ajudou na aprovação do projeto pelo governo estadual. A partir de agora, Santa Maria começará a trabalhar o processo de convênio com o governo estadual para receber recursos.
RS já tem 25 CRMMs em atividade
Conforme a Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, o Rio Grande do Sul possui, atualmente, 25 Centros Municipais de Referência da Mulher (CRMM) em funcionamento. No ano passado, a pasta repassou R$ 910 mil para 14 municípios.
No início do mês, o governo do Estado anunciou que irá repassar R$ 4,2 milhões a 65 municípios para ampliação da rede de atendimento às mulheres vítimas de violência. Cada município receberá R$ 65 mil.
Violência contra a mulher aumentou
Segundo a Estadual de Justiça, “a violência doméstica, em particular, tem se apresentado de forma sistêmica com índices alarmantes”. O confinamento de famílias na pandemia de Covid-19 foi um fator de aumento da violência.
Em janeiro deste ano, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) divulgou levantamento sobre a violência em 2021, e o único indicador que não teve redução foi exatamente a violência contra a mulher.
O número de feminicídios teve alta de 21% comparado a 2020, com 97 mulheres assassinadas. Somente em janeiro deste ano, o Rio Grande do Sul registrou três mortes por feminicídio nas cidades de Novo Hamburgo e Passo Fundo por motivo de gênero.
Por fim, o Movimento pela vida das mulheres também se manifestou e divulgou um manifesto contra o governo Bolsonaro. Documento foi assinado por mais de 40 entidades que pedem por um Brasil sem machismo, racismo e fome. Clique aqui para acessar ao documento.