31 de março – 61 anos do golpe civil-militar no Brasil

Hoje, 31 de março, fazem 61 anos do golpe civil-militar no Brasil. Por isso, é importante que se debate sobre o combate ao fascismo e aos resquícios da ditadura militar no Brasil e na América Latina. Aqui no Brasil, o golpe civil-militar de 1964 instaurou um regime marcado pelo autoritarismo, pela censura e pela violência. E a ditadura também foi um instrumento do patriarcado: perseguiu, torturou e silenciou mulheres que ousaram resistir e desafiar o sistema.

Mulheres foram presas e violentadas em centros de repressão, como a Casa da Morte em Petrópolis. Foram humilhadas não apenas por sua militância, mas por sua condição de mulheres. O militarismo, masculinizado e autoritário, via nelas um duplo inimigo: o político e o simbólico. Recentemente, a história de Eunice Paiva, esposa do deputado brasileiro Rubens Paiva, assassinado pela ditadura brasileira, foi contada no filme “Ainda Estou Aqui” (2024). A obra adquiriu projeções internacionais ao demonstrar a bravura e a luta de uma mulher pela memória e justiça e obteve o destaque recebendo a premiação por Melhor Filme Estrangeiro no Oscar deste ano.

Exemplos como esses nos alertam sobre a importância da memória e da quebra do silêncio no combate a regimes autoritários e ao machismo. Muitas daquelas que ousaram não ficar em silêncio foram (e são) violentadas – mas sua coragem permitiu que o silêncio não se instaurasse e que se mantivesse a esperança em um futuro mais justo.

Assim, lutar contra o patriarcado – inclusive em sua face ditatorial e fascista – é lutar contra imposições de violência, controle e subjugação. Que março, mês da resistência feminista e da memória dos crimes do regime militar, nos lembre: não há democracia plena sem o fim do machismo. E que o 31 de março permaneça em nossa memória como forma de garantir para que nunca mais se repita – ditadura nunca mais!

Texto: Sedufsm

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