Nesta manhã de segunda-feira (22), quadragésimo dia do movimento paredista, o Comando Local realizou reunião no hall do prédio 26F do curso de Odontologia. Quase a totalidade do quadro de TAEs que integra o curso está em greve e vêm sofrendo sucessivas formas de assédio. Além das pautas gerais da greve, a categoria luta por pautas específicas, como a flexibilização da jornada de trabalho e o adicional de insalubridade.
Após, a coordenadora geral da Assufsm Natália San Martin fez a leitura da Carta redigida pelos(as) servidores(as) da Odontologia, em resposta à publicação de uma turma que questiona a legitimidade do movimento, sob o argumento de que as aulas práticas dos(as) alunos(as) estariam sendo afetadas.
Na carta, as(as) servidoras(as) manifestam as demandas da categoria em greve e descrevem que “não se pode misturar interesses individuais com essencialidade”. Veja o texto da Carta na íntegra:
“Diante da postagem da turma 98 da Odontologia, e em defesa de todo e qualquer direito de manifestação respeitosa e legítima, de todo e qualquer cidadão, se faz necessário que os TAEs do Curso de Odontologia se manifestem a respeito do que foi escrito, bem como também, pela pressão que a categoria desse setor tem sofrido quanto a questão do trabalho essencial nos períodos de greve.
Sabemos que o Curso de Odontologia ocupa um importante lugar no âmbito social e presta atendimentos significativos à comunidade Santa Mariense e da região. No entanto, não se pode misturar interesses individuais com essencialidade. Não podemos comparar os nossos atendimentos, aos prestados no HUSM e no HVU, por exemplo, já que, se deixarem de ser ofertados podem significar um risco à vida humana e animal, e por isso esses locais precisam funcionar ininterruptamente.
Posto isso, é necessário relembrar que nós, TAEs do Curso de Odontologia, tivemos NEGADO, por DUAS vezes, pela Comissão de Flexibilização da UFSM, o pedido de flexibilização da jornada, para que se pudesse ampliar os horários de atendimento a alunos e ao público em geral, e durante esse processo, em nenhum momento tivemos manifestações de apoio das demais categorias (alunos e professores). Então como que do dia para a noite isso mudou? Os pacientes não tem urgências em meses de férias (que são praticamente 4 meses no ano), nos feriados, nos finais de semana, às tardes, já que são ofertadas pouquíssimas fichas de urgência por dia, e somente no turno da manhã? Façamos essa reflexão!
Ainda é importante ressaltar que a categoria de TAEs na UFSM, tem o controle obrigatório de frequência através do ponto eletrônico, temos uma jornada diária de 8 horas, e que não recebemos horas extras quando essa jornada é ultrapassada, e recebemos cortes de salário quando a mesma não é atingida, ou seja, nós vivemos em constante pressão para atender as demandas de alunos, professores, ensino, jornada de trabalho, etc. Mas quem nos enxerga, quem compreende e reconhece a nossa importância, quem observa que por trás desse servidor existe um ser humano, que precisa dar conta da sua vida fora da Universidade, que tem contas para pagar, enfim, que tem as suas demandas pessoais para atender. Infelizmente quase ninguém!
É preciso se ter consciência de que estamos aqui para servir ao ensino em categorias distintas, Docentes e TAEs, porém no mesmo patamar. E que o objetivo final é sempre o Aluno e o Saber, é o que justifica a nossa existência enquanto servidores da educação.
Por fim, é importante lembrar que estamos em GREVE há 40 dias, e assim permaneceremos, até nos ofertarem algo mais do que 0 %. Pois nós MERECEMOS!”
O Comando Local deve cobrar novamente respostas da Reitoria sobre a avaliação da insalubridade e de carga horária reduzida para os(as) TAEs da Odontologia, uma vez que essas questões impactam diretamente na qualidade de vida dos(as) servidores(as).
Além disso, a reunião desta manhã trouxe informes nacionais com o coordenador geral da Assufsm Ciro Oliveira e a coordenadora geral da Fasubra Loiva Chansis, sobre a Marcha em Brasília e a 4ª Reunião da Mesa Específica e Temporária que aconteceu na sexta-feira (19), com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.
Por fim, também foi deliberada a participação dos(as) conselheiros(as) na reunião do Conselho Universitário, que será realizada na próxima sexta-feira (26).
Ao término da reunião, foi realizada uma panfletagem no prédio da Odontologia, para informar e conscientizar estudantes e professores sobre os motivos da greve dos(as) TAES.
Amanhã (23), às 9h da manhã, a Assembleia acontece no auditório do CTISM. TAE, ompareça e construa uma greve forte conosco!