Na tarde de segunda-feira (26), data que marcou o sexto dia da greve histórica da categoria, funcionários e funcionárias da Ebserh do Hospital Universitário de Santa Maria se reuniram em um ato pela defesa dos direitos da categoria e contra a perda salarial. Os funcionários que vestiam preto e usavam nariz de palhaço saíram em caminhada desde o piquete do Comando de Greve – localizado em frente ao hospital – em direção ao arco da UFSM.
Segurando cartazes e entoando frases como “Não basta ser herói, tem que ser valorizado”, e “Título de herói não paga boleto”, os trabalhadores e trabalhadoras pedem que Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs) de 2021/2022 e 2022/2023 sejam firmados e reagem à suspensão do piso salarial da Enfermagem.
A funcionária Alice Pereira (30) trabalha há três anos no bloco cirúrgico do Husm e participou da mobilização, pedindo por respeito e valorização da categoria que trabalhou incansavelmente na pandemia.
“Estamos há quase quatro anos sem nenhum acordo coletivo que é o mínimo previsto em lei. Nosso acordo coletivo foi vinculado à perda da insalubridade do salário base. A partir disso, querem fazer o cálculo da insalubridade sobre o salário mínimo e isso representa uma perda de 25% do nosso salário. A gente enfrentou uma pandemia, nos erguemos todos os dias frente ao inesperado e hoje querem nos tirar 25% do salário. É, no mínimo, um desrespeito”, desabafa Alice.
Assim como ela, o funcionário Elisandro Lima (55), que trabalha há cinco anos no bloco cirúrgico do Husm, aderiu a greve frente à irredutiva postura da Ebserh. Segundo ele, não há garantias reais de reajuste salarial para a categoria e a empresa segue querendo remover direitos primordiais dos e das funcionárias, como o da insalubridade.
“Estamos lutando para que mais colegas saiam do seu setor e venham conosco reinvindicar os nossos direitos, que hoje estão sendo retirados”, finaliza Elisandro fazendo o convite para a categoria se unir na luta.
Veja as fotos do Ato realizado no campus da UFSM aqui.
CARTA ABERTA À SOCIEDADE
Ainda na segunda-feira, empregados e empregadas da Ebserh divulgaram uma carta aberta à sociedade onde são apontadas contradições da direção da empresa que se nega a negociar com seus funcionários, preferindo atingir a população num desgastante processo de retirada de direitos trabalhistas. Confira a nota na íntegra clicando aqui.
