A Assembleia Unificada ocorreu na tarde do dia 1º de fevereiro, e reuniu dezenas de manifestantes entre Técnico Administrativos(as) em Educação, estudantes, professores(as), comunidade negra e indígena, para debater sobre o retorno do vestibular e do processo seletivo seriado(PSS), apresentado, em minuta, na reunião do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (CEPE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no dia 26 de janeiro (veja aqui).
Os e as manifestantes presentes concentraram-se no Largo do Planetário e sairam em caminhada para o Hall da Reitoria da UFSM, onde aconteceu a Assembleia Unificada. Ao longo do período de debates representantes da Assufsm, Sedufsm, APG, DCE, NEABI, Coletivo PRÁXIS e grupos indígenas puderam explanar sua contrariedade com o retorno do vestibular e do processo seletivo seriado, bem como colocaram sua indignação de não serem chamados ao debate com a gestão da UFSM.
“A Universidade parece esquecer que uma alteração e um debate desse nível, como a forma de ingresso, não pode ser feita em um período de atividades reduzidas e numa época do ano em que os/as estudantes, os maiores interessados, não estão aqui no Campus, visto o início do período de férias. Essa decisão vai alterar a vida de muitos estudantes, inclusive com a própria questão do debate da manutenção da lei de cotas. É inaceitável que a gestão, de forma acelerada, leve esse debate para ser votado no Conselho”, afirma a Coordenadora Geral Loiva Chansis.
O Coordenador de Formação Políticia e Sindical Eloiz Cristino, também esteve no ato e concorda com Loiva sobra a falta de diálogo da gestão com a comunidade acadêmica.
“Essa política está acontecendo agora no momento em que a Universidade está entrando em recesso acadêmico. A Assufsm, bem como as outras entidades presentes, recente muito essa falta de diálogo conosco, porque estamos dentro de uma universidade pública e defendemos a inslusão de homens e mulheres trabalhadoras, e o ENEM e o SiSU proporcionaram o ingresso dessas pessoas, que certamente não teriam condições financeiras de entrar em nossa UFSM, se tivesse o vestibular. A nossa defesa é intransigente, por uma universidade pública, com autonomia e democracia”, afirma Eloiz.
Além disso, representações negras e indigenas também defenderam que o necessário é debater a permanencia estudantil, com políticas eficientes para a assistencia estudantil.
O Coordenador do Diretório Central dos e das Estudantes Luiz Educardo Bonetti afirma que o retorno do vestibular irá elitizar o espaço público.
“Só teve a apresentação da minuta, não teve o debate com nós, os estudantes. Se o vestibular e o PSS voltarem, isso significa que vamos ter a entrada da diversidade de pessoas barrada, por isso viemos fazer barulho aqui na Reitoria, se eles não querem nos ouvir, vamos debater nos ouvidos deles”, finaliza o estudante.
O estudante de direito da UFSM e integrante da liga acadêmica de estudantes indígenas e do Afronte, Xainã Pitaguary, reitera a fala de Bonetti e afirma que a Universidade deve pensar na permanência de seus e suas estudantes para que não se tenha evasão.
“Vestibular é política excludente e racista”, finaliza Xainã.
Encaminhamentos da Assembleia Unificada | EM DEFESA DO SISU, NÃO AO VESTIBULAR/PSS!
- Posição Contrária ao retorno do Vestibular e do Processo Seletivo Seriado, pela manutenção do SiSU 100%;
- Orientação às entidades e organizações para que lancem manifestos e notas em contrariedade a tentativa de retorno do Vestibular e PSS, destacando o papel fundamental do SISU na democratização do acesso a UFSM;
- Divulgação e mobilização para o CineDebate que será promovido pelo Práxis Popular (Coletivo de Educação Popular), no dia 6 de fevereiro, às 19h, na CEU II, e que irá debater sobre os interesses por de trás da proposta de volta do Vestibular/PSS;
- Realização de brigadas de panfletagem para diálogo com a população de Santa Maria acerca da pauta;
- Exigência das entidades pelo adiamento da sessão de vistas a fim de que esse ocorra apenas no próximo semestre, e a partir da realização de uma consulta pública à comunidade, garantindo um debate real da comunidade acadêmica sobre o tema. Também será formada uma comissão responsável por pressionar para que isso seja atendido;
- Exigência de que a sessão do CEPE ocorra de forma presencial, já que mesmo com o retorno presencial na UFSM as sessões dos Conselhos Superiores seguem ocorrendo de forma remota;
- Debate sobre o ingresso e permanência a ser promovido pelas entidades estudantis na calourada e também ao longo do semestre.
Da Assufsm, estiveram presentes a Coordenadora Geral Loiva Chansis, O Coordenador de Formação Política e Sindical Eloiz Cristino, o Coordenador Financeiro e Patrimonial Eleutério Jost e o Coordenador de Comunicação Ciro Oliveira.
Na última semana, Assufsm, Sedufsm, Sinasefe, Atens, DCE e APG assinaram nota em repúdio ao envio da minuta da nova resolução sem o amplo debate com a comunidade (leia aqui).