A Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas da Universidade Federal de Santa Maria (PROGEP-UFSM) organizou, desde o dia 19 de outubro, a Semana do Dia do e da Servidora Pública para homenagear o funcionalismo público que trabalha na UFSM. Dentre os dias de atividade, as entidades representativas da Universidade pautaram o tema da palestra pertinente para a categoria na manhã do dia 30 de outubro.

Como tema, foi escolhido a Mediação de Conflitos no Serviço Público, o qual teve representação de duas advogadas Santa Marienses: a professora e advogada da Dutra e Trentin Diocelia Martins Teixeira e a advogada e mediadora Greice Bortolozo. As duas dividiram experiências e debateram um pouco sobre a importância de mediar conflitos. Além disso, também abordaram a diferença entre mediar e conciliar, bem como alguns termos da mediação foram conversados.

“Nós trouxemos uma experiência mais prática, pois temos inúmeras teorias que nos regem. Inclusive, sobre o formato da linguagem que usamos. Dentro da mediação, procura-se usar linguagem diferenciada, mas não jurídica, para que se possa deixar todos e todas que participam do processo de mediação o mais confortáveis possível e para que consigamos, enfim, solucionar o problema”, relata a advogada Diocelia, durante sua fala no evento.

Ainda conforme a advogada, a mediação é uma forma de ensinar que as próprias partes, no meio jurídico, resolvam seus conflitos. A figura do mediador(a) estará para ajudar.

“Nós dizemos que não é terapia, mas é terapêutico a mediação, pois nos utilizamos de técnicas para deixar a pessoa à vontade de colocar todos os seus sentimentos e necessidades para que o conflito possa se resolver”, afirma Diocelia.

A advogada Greice afirma ainda que a mediação e a conciliação são processos diferentes. A conciliação deve ser utilizada para casos não continuados, ou seja, acidentes de trânsito e processos que as partes não vão precisar manter relações ao longo da vida. Já a mediação deve ser utilizada em relações continuadas, ou seja, processos que vão exigir contato das partes, casos como separações são exemplos tradicionais, ainda mais quando envolvem-se frilhos(as), como a citação da advogada.

“A mediação deve ser utilizada para que as necessidades de todos e todas sejam atendidas e que todo mundo fique bem com o resultado da mediação, que nada mais é do que o processo de saber falar e saber ouvir”, declara Greice.

Diocelia e Greice enfatizaram sobre a escuta ativa, a comunicação não violenta, o saber se comunicar de maneira coerente em dizer o que se quer dizer.

“Nem todos os dias nós acordamos bem e felizes e, as vezes, uma simples palavra dita de maneira errada, no ambiente de trabalho, já é motivo de conflito. Por isso, é muito importante que a gente aprenda a se comunicar de forma efetiva e se utilize da comunicação não violenta para que possamos ter um abiente tranquilo de trabalho”, diz Diocelia.

As advogadas são unânimes ao afirmar que não tem forma certa de fazer mediação.

“Cada pessoa sabe a melhor forma que se adapta a sua realidade, a mediação vem como a possibilidade de as pessoas desenvolverem sozinhas os seus problemas. Nós podemos utilizar, por exemplo, a mediação, com nossas crianças, tanto em casa, como nas escolas”, afirma Grecie.

Para finalizar, a advogada Diocelia reitera que a mediação deve ser trabalhada sem níveis de hierarquia, com a relação de igualdade entre as partes que resgatam seus interesses e necessidades para resolver da melhor forma o conflito gerado.

A palestra teve abertura para dúvidas e falas, de onde surgiu o encaminhamento de se criar uma oficina de mediação de conflito, dentro do programa de cursos de capacitação de servidores(as) públicos(as) da PROGEP para que se possa ter pessoas aptas a mediarem os conflitos dentro de seus ambientes de trabalho.

Ao final da palestra, as advogadas propuseram uma dinâmica, em que uma caixinha, com uma surpresa dentro, fosse passada pela plateia, e que cada um e cada uma pudesse dizer o que vê no seu presente e o que projeta para o seu futuro, como uma forma de autoconhecimento, pauta debatida também, ao longo da conversa, para que se possa melhorar cada dia mais as relações interpessoais.

Também foi passada uma animação para exempleficar melhor como uma mediação é realizada, clique aqui e assista.

A ex-Coordenadora Geral da Assufsm Loiva Chansis, o ex-Coordenador de Formação Política e Sindical da Assufsm Eloiz Cristino e a atual Coordenadora de Formação Política e Sindical da Assufsm Vanessa Kunz estiveram presentes na palestra. Loiva e Eloiz conversaram com o Setor de Comunicação da Assufsm para o programa Espaço Sindical, que vai ao ar, de segunda à sexta-feira, às 12h30min, nas ondas da 800AM. A Assufsm deseja agradecer a presença de todos e todas TAEs e professores(as) e, principalmente, das advogadas Diocelia e Greice que participaram dessa manhã de construção e troca de conhecimento com o funcionalismo público da UFSM.

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