Governo anuncia pacote que muda estrutura de carreiras dos servidores públicos, incluindo o direito ao RSC

Governo Federal finalizou um novo pacote de reestruturação de carreiras e salários do funcionalismo e deve enviar a proposta ao Congresso Nacional nos próximos dias. O projeto foi apresentado na segunda-feira (1º/12) e altera regras de mais de 20 áreas, cria cargos, reajusta vencimentos e modifica estruturas internas de órgãos federais. O Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) também está no texto do PL e foi uma das demandas da greve de 2024. Pelo acordo de greve, o RSC estava previsto para entrar em vigência a partir de abril de 2026.

Porém, agora com o PL, o RSC será utilizado exclusivamente como uma modalidade alternativa de percepção do Incentivo à Qualificação e poderá ser concedido pela instituição federal de ensino dos servidores ativos do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE) em cada instituição, em até no máximo 70% do total de servidores(as) da do PCCTAE, de cada instituição. A concessão deverá observar a disponibilidade orçamentária, a ser acompanhada pelo MEC. Além de uma série de limitações em cada nível que o servidor(a) se encontra ao pedir o aproveitamento do RSC.

O RSC consiste em instrumento de gestão das instituições federais de ensino vinculadas ao MEC para qualificar e incrementar o desempenho das servidoras e dos servidores por meio do reconhecimento de saberes e competências demonstrados em trabalhos e atividades no âmbito de sua atuação profissional, não vinculados à titulação acadêmica.

A FASUBRA realizou um vídeo informativo sobre o assunto e você pode conferir, clicando aqui.

Segundo o Ministério da Gestão e Inovação (MGI), o impacto financeiro anual estimado é de R$ 4,2 bilhões, valor que já foi incorporado na proposta orçamentária de 2026. As mudanças atingem cerca de 200 mil servidores, entre ativos(as) e aposentados(as).

A iniciativa inclui não só o texto central do Projeto de Lei de Gestão de Pessoas, mas também medidas já encaminhadas, como a reestruturação do plano especial do Ministério da Educação (MEC) e o reajuste das forças de segurança do Distrito Federal e de policiais militares dos ex-territórios (Amapá, Rondônia e Roraima).

Acesse a íntegra do PL 6170/25

Criação de cargos e reorganização interna

O pacote prevê a criação de 8.825 novos cargos efetivos, sendo 8.600 para universidades federais e 225 para a Anvisa. Esses postos só serão preenchidos após concursos públicos.

Ao mesmo tempo, o governo pretende transformar 9.981 cargos vagos em 7.937 novas funções, principalmente para compor a carreira transversal de Analista Técnico do Poder Executivo (ATE), voltada a áreas administrativas. A junção engloba profissões como administração, arquivologia, contabilidade, biblioteconomia e comunicação social.

PL do governo amplia desigualdade no setor público

Sem diálogo com as entidades, o governo anunciou e enviou ao Congresso o projeto de lei (PL) que, apesar de pequenos avanços, aprofunda a segregação entre carreiras e deixa de fora grande parte dos servidores, incluindo ativos dos níveis auxiliar, intermediário e também aposentados e pensionistas, cuja exclusão é responsabilidade direta do MGI.

Os planos do MEC e da Cultura, frutos de duras mobilizações e greves, foram os únicos construídos com algum nível de negociação. Todo o restante foi imposto unilateralmente ignorando reivindicações históricas e a necessidade de justiça para toda as categorias.

Texto com informações de: CONDSEF,APUSFC, FASUBRA e SINASEFE/SC

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