A chuva e o frio não foram páreos para o sentimento de indignação que reuniu centenas de estudantes, professores, técnicos administrativos em Educação e trabalhadores terceirizados da UFSM, no final da tarde de segunda-feira, 10. Em frente ao prédio 17, a Assembleia Geral tocadapelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) e apoiada pela Assufsm, Sedufsm, ATENS, Sinasefe e APG debateu sobre o Decreto 11.216 em 30.09.2022 publicado pelo Governo Federal, e sobre os impactos que esse novo contingenciamento causaria na instituição.
Na UFSM, a Reitoria informou que o impacto negativo do bloqueio orçamentário atingiria R$5,8 milhões, que somado a cortes anteriormente realizados, chegaria na casa de R$15 milhões.
GOVERNO RECUA
Mesmo com o anúncio do ministro da Educação, Victor Godoy, na última sexta-feira (7), sobre o desbloqueio de recursos para universidades e instituições federais, a informação até o momento não foi confirmada pelo Ministério da Economia. Frente a essa nova ameaça, a mobilização de toda a comunidade acadêmica se faz necessária, conforme pontuaram as falas de muitos estudantes na Assembleia.
“A gente vai ter que manter a mobilização, porque mesmo que a verba do confisco retorne, ainda enfrentamos a realidade de terminar o ano em vermelho. Nosso intuito é ir planejando ações para além do confisco, sejam semanas acadêmicas ou eventos como o Balbúrdia na Praça para não responder diretamente a quem nos ataca, mas sim, mostrar o que estamos fazendo aqui dentro da universidade”, pontua o coordenador geral do DCE e estudante de Geografia Daniel Balin.
A coordenadora geral da Assufsm, Loiva Chansis esteve presente e saudou o movimento e a unidade dos estudantes com a classe trabalhadora. Para ela, mesmo com o recuo do governo e, mesmo após o dia 30 frente ao resultado das urnas, é necessário sair às ruas para denunciar os ataques contra a Educação pública e defender a automonia universitária e o desenvolvimento da ciência.
“É importante que todos nós estejamos juntos, porque a pauta é única. A pauta é a defesa do serviço público e da universidade, de dizer que essa universidade tem dono, e o dono é a classe trabalhadora”, conclama Loiva.
Na Assembleia, foi declarado total apoio à mobilização nacional, que deve acontecer na próxima terça-feira, dia 18 de outubro, contra o bloqueio de recursos pelo governo Bolsonaro.
Em um cenário pós pandemia, a Assembleia Geral foi o primeiro ato de maior magnitude na UFSM. “É importante salientar que a pandemia, esses dois anos que estivemos isolados, desmobilizou muito os estudantes, então a gente recém está retomando com força o movimento estudantil. Essa Assembleia, que contou com muita gente, foi uma mobilização construída por parte das forças estudantis e é importante que essa força não se perca para o dia 18”, declara a coordenadora de Comunicação do DCE e estudante de Jornalismo Karla Essy.
Confira as fotos da Assembleia Geral aqui.