Ataques ao SUS: até quando?

Quando falamos no Sistema Único de Saúde, o SUS, no Brasil, logo vem a nossa cabeça as enormes filas, o tempo de espera demoradíssimo para atendimento em postos de saúde, as precárias condições de infraestrutura, equipamentos e materiais de uso médico e, claro, o descaso do poder público com esse sistema que atende, de maneira gratuita, a população brasileira.

Em outros países não existe esse serviço de saúde para ser utilizado. Quando se necessita ir ao médico em países como Irlanda e Estados Unidos por exemplo, a conta irá para a casa do indivíduo e será muito cara. 

Para a população brasileira que faz viagens para o exterior, a recomendação do Ministério de Relações Exteriores é que contratem seguro internacional de saúde adequado, mesmo que tal documento não seja exigido pelas autoridades migratórias locais. Mesmo assim, cidadãos e cidadãs brasileiras que viajam para países que mantem acordo com o Brasil, podem ter uma consulta pública gratuita ou com valores reduzidos (ver aqui).

Porém, em dezembro de 2016, com a Emenda Constitucional 95, esse cenário mudou. A medida limita os gastos da União pelos próximos 20 anos, com a saúde, assistência social e educação. Conforme o site do Ministério da Saúde, com isso, se tem um impacto profundo no modelo de atendimento primário no SUS e o sistema não consegue cumprir seus três princípios básicos de atenção à população brasileira: universalização, equidade e integralidade.

Em 2019, pela EC 95, se deixou de investir R$ 20 bilhões na saúde pública brasileira. Conforme a enfermeira aposentada do Ministério da Saúde Sueli Barrios, com quem a assessoria de comunicação da Assufsm conversou por telefone, isso significa menos assistência, menos cuidado, menos campanhas de vacinação e mais mortes, como, por exemplo, o aumento do índice de mortalidade infantil.

“Se precisa ter diálogo com os conselheiros de saúde para que eles possam atuar, junto aos conselhos e aos movimentos sociais, na defesa, primeiro da democracia. Porque sem democracia não existe participação social. Segundo para defender a saúde como um direito humano, que está na constituição brasileira. E terceiro para que nos ajudem a defender o SUS como um sistema público de saúde, integral, universal”, afirma Sueli. Com isso, Sueli reforça a importância que o SUS tem na vida de milhares de brasileiros e brasileiras todos os dias. Seja no atendimento do posto de saúde, seja na farmácia popular, seja na inspeção de alimentos em estabelecimentos comerciais. Para ela é essencial que a população fique unida e lute na defesa do SUS.

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