Candidatos à Reitoria da UFSM assinam carta aberta da ASSUFSM em compromisso ao combate do racismo na instituição

Durante a sabatina, realizada na última segunda-feira (09/06), no programa Espaço Sindical, na Rádio 800AM, com os(as) candidatos(as) à Reitoria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a ASSUFSM apresentou uma carta aberta com propostas de enfrentamento ao racismo na instituição. O documento foi redigido pelo Grupo de Trabalho de Políticas Sociais e Antirracismo da ASSUFSM e assinado por todos os candidatos presentes – Felipe Muller, professor titular da UFSM, representando a chapa 1, e Martha Adaime, atual vice-reitora da UFSM, pela chapa 2.

A carta cobra compromissos concretos com a promoção da equidade racial na universidade, destacando que, apesar de avanços pontuais, ainda há graves lacunas na política antirracista institucional. A iniciativa reforça o histórico de atuação do sindicato na pauta: desde 2016, a ASSUFSM lidera ações contra o racismo na UFSM, como a campanha “RACISMO, BASTA!”, motivada por casos de agressão racista ainda sem solução até hoje.

Entre os pontos destacados no documento está a ausência de respostas efetivas a episódios de racismo denunciados por estudantes, servidores(as) e trabalhadores(as) terceirizados. A comunidade negra da UFSM segue sem informações importantes: Quem são os agressores? Que medidas foram tomadas? — são algumas das perguntas que continuam sem resposta.

Outro destaque é o descumprimento do Decreto nº 11.443/2023, que determina a reserva de 30% dos cargos comissionados para pessoas negras no Serviço Público Federal. Dados atualizados do Portal de Estatísticas de Pessoal (2024) revelam uma redução da presença negra nesses cargos na UFSM, em contraste com a exigência legal.

A carta também aponta que a estrutura institucional da UFSM trata o antirracismo de forma fragmentada. As ações afirmativas estão restritas à Coordenadoria de Ações Educacionais (CAED) — voltada apenas a estudantes — e ao NEABI (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas), que opera com estrutura mínima e recursos escassos. Diante disso, a ASSUFSM propôs:

  • Criação de uma Pró-Reitoria de Ações Afirmativas, Equidade e Diversidade, com estrutura própria e autonomia;
  • Cumprimento do Decreto 11.443/2023, com metas claras, prazos e mecanismos de monitoramento da presença negra nos cargos comissionados;
  • Fortalecimento do NEABI, com equipe, orçamento e expansão de atuação;
  • Criação de um protocolo institucional de combate ao racismo, com acolhimento, responsabilização e prevenção;
  • Inclusão das pautas étnico-raciais nos principais instrumentos de planejamento, como o PDI e o Plano de Gestão das futuras gestões.
  • Com a leitura e assinatura do documento, a ASSUFSM espera que a próxima gestão da universidade assuma compromissos reais com a superação das desigualdades raciais. O sindicato reforça que a luta por uma universidade verdadeiramente inclusiva e antirracista passa por medidas institucionais estruturantes, com prioridade na agenda da administração superior.

A carta completa pode ser acessada aqui: https://drive.google.com/file/d/1nkkqlWGolrYjXTVxifn6lpXbQFWn-qVx/view?usp=drive_link

A versão da carta assinada pode ser conferida aqui: https://drive.google.com/file/d/1YMOEePARwF-mN_Ov2Odtuh72MRfMEL1O/view?usp=drive_link

A íntegra da sabatina pode ser ouvida no Spotify da ASSUFSM: https://open.spotify.com/episode/4L4Ncyc4XbsSSmteSbdWVi?si=Db6IgAD1SaCk2PjJlmLzyg

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