Comitê Ambiental da UFSM: Conheça o trabalho desenvolvido por estudantes há mais de três décadas

O Comitê Ambiental da Casa de Estudante da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) é um projeto estudantil em parceria com a SATIE/PRAE (Setor de Atenção Integral ao Estudante da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis) que visa reduzir os impactos ambientais e eliminar a geração de resíduos entre a comunidade universitária de Santa Maria.

A organização é feita por moradores e moradoras da Casa de Estudante, que junto ao SATIE/PRAE, criaram a moeda social chamada ECOPILAS. As moedas são endereçadas a quem entrega seus resíduos ao Comitê. Após, no Escambo Solidário, os ECOPILAS podem ser trocados por plantas e artesanatos.

Os materiais aceitos pelo Comitê para as trocas são: resíduos orgânicos, óleo de cozinha saturado, embalagens de amaciante, vidros de conserva, latas de alumínio, CDs e discos de vinil. As trocas de materiais recicláveis/reutilizáveis por ECOPILAS acontecem nas quartas-feiras, das 14h às 16h, e aos sábados, das 09h às 11h, no Viveiro Janela Verde que se localiza em frente ao bloco 23, na CEU II.

Segundo a integrante do Comitê, Nadyanni Alves, os resíduos orgânicos recolhidos são encaminhados para a compostagem. Na composteira, crescem mudas de plantas que se tornarão objeto de troca pelos ECOPILAS. Esse processo, realizado com o lixo dos e das estudantes, não gera resíduos e aproveita-se integralmente os recursos naturais.

Já os resíduos recicláveis, como latas e embalagens, são reutilizados em oficinas realizadas pelo SATIE/PRAE, e também em alguns produtos feitos pelo Comitê.

O bolsista do SATIE/PRAE, Willian Nienow, relatou para a Comunicação da Assufsm que o Setor de Atenção Integral ao Estudante da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis tem agido ativamente para trazer o Comitê Ambiental para outros espaços da universidade.

“A ideia é que as coisas circulem mais na universidade”, pontuou ele.

Livros por todo o canto

Sobre as oficinas, Nienow explica sobre o Projeto Livro Fora da Estante, uma ação de troca de livros para promover a leitura recreativa. Esse projeto surgiu no próprio Comitê, mas agora é organizado pelo SATIE.

Na oficina “Contos e Fuxicos” são feitos artesanatos e costuras com os resíduos recicláveis adquiridos pelo Comitê Ambiental. Depois, muitos desses produtos são permutados por ECOPILAS no Escambo Solidário, um evento para trocar a moeda adquirida pelos resíduos por outros produtos.

“É muito importante pela quantidade de resíduos que não vai ser descartada incorretamente. Esses resíduos podem ser compostados, então eles deixam de ir para o aterro e viram adubo a ser utilizado para uma ideia super bacana”, apontou o estudante Edivan Schein, sobre a importância ecológica das atividades do Comitê Ambiental.

Fim adequado para o lixo separado

Carlos Eduardo Peixoto, acadêmico de Terapia Ocupacional, comentou sobre a angústia que sentia ao não poder dar um fim adequado para os seus resíduos.

“Eu já separava o lixo, mas eu percebi que, apesar de separado, ele ia para o mesmo contêiner. Tanto o seco quanto o orgânico, só viram uma coisa mais agradável para quem coleta. Agora no projeto do Comitê Ambiental a gente dá um fim mais interessante para o nosso lixo”, finaliza Peixoto.

De acordo com a Assistente Social da PRAE, Andréia Zanoello, o financiamento do Comitê pela PRAE é feito através do pagamento dos e das bolsistas e da manutenção do viveiro, onde ocorre a compostagem. Além disso, ela crê que essas atividades constituem um dos pilares para a permanência dos e das estudantes na universidade.

“A gente acredita que a permanência do estudante na universidade depende não só de uma moradia digna e alimentação, mas também de outras ações de lazer, socialização e meio ambiente”, pontua Andréia.

Papel do Comitê e o recolhimento de resíduos

Por outro lado, como relatado pela Professora Marilise Krugel, bióloga do Setor de Planejamento Ambiental da Pró-Reitoria de Infraestrutura (ProInfra), a troca de resíduos proposta pelo Comitê não faz parte da coleta oficial da instituição. Ela é feita pelo Setor de Planejamento Ambiental, órgão anexo da ProInfra, de acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) e também ao Decreto Federal de número 5940/2006, que diz que as instituições federais devem encaminhar seus materiais recicláveis para associações e cooperativas de selecionadores de materiais recicláveis.

Nesse sentido, o papel do Comitê Ambiental na comunidade universitária de Santa Maria acaba sendo muito mais do que adequar a separação de resíduos. Tendo em vista os relatos dos e das entrevistadas, o projeto se tornou parte da rotina de quem colabora, trazendo um novo olhar para o lixo e contribuindo para a preservação do meio ambiente.

TAE, se você deseja saber mais sobre os materiais a serem trocados por ECOPILAS e se engajar nas atividades, acesse o Guia de Trocas do Escambo Solidário. Além disso, entre em contato com o Comitê Ambiental para iniciar sua participação como colaborador(a) ou voluntário(a)!

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