Devido ao início das discussões referentes à mudança de valor nas refeições oferecidas pelo Restaurante Universitário (R.U), as entidades estudantis se reuniram com os e as estudantes no final da tarde de quarta-feira (20) para debater sobre o orçamento para a alimentação estudantil. Essa situação ocorre em consequência dos cortes no orçamento para as Universidades Federais propostos pelo Governo Federal.
A Assembleia contou com falas de representantes do DCE (Diretório Central dos e das Estudantes) da APG (Associação de Pós-Graduandos e Graduandas), da UEE (União Estadual dos e das Estudantes), entre outros segmentos estudantis.
A representante do DCE, Karla Essy, comentou que um dos encaminhamentos do encontro foi a união com os Diretórios Acadêmicos para que divulguem nas redes sociais uma nota unificada contra os cortes orçamentários. Essa nota será realizada pelas entidades estudantis no dia 26 de julho, em forma de reunião aberta em frente ao R.U I, mesmo local da Assembleia.
Karla também ressaltou que será feita uma agenda de mobilização com rodas de conversa e aulas públicas como preparo ao grande ato do dia 11 de agosto, Dia Nacional dos e das Estudantes. Essa manifestação tem como objetivo protestar contra os cortes de orçamento para a educação em todo o país.
“Nós deixamos muito claro para os e as estudantes que muitas das coisas que saíram na imprensa local não são verdadeiras”, colocou a representante da APG, Jéssica Ribas.
Acontece que foi confirmado pela Reitoria da UFSM o estudo do aumento no valor das refeições do R.U apenas para estudantes que não usufruem do Benefício Socioeconômico (BSE) e ainda não há nenhum valor estipulado para o acréscimo, diferente do que foi relatado nas notícias publicadas pelo Diário de Santa Maria.
Jéssica observou também que a UFSM não consegue se manter com o orçamento atual, o qual gera consequências gravíssimas para os e as estudantes. Ela alerta sobre a insegurança alimentar e a fome, distúrbios que atingem todo o país e estão ameaçando a comunidade universitária.
A Comunicação da Assufsm conversou com estudantes portadores do BSE que estavam presentes na Assembleia para saber da opinião deles em relação a esse aumento no valor das refeições e aos cortes de gastos na educação.
O Diretor da Casa de Estudante (CEU), Victor Marques, pontuou que o papel do R.U é garantir uma alimentação de qualidade por um preço justo para os e as estudantes. Ele informou que a CEU é completamente contra os cortes no orçamento e critica a necropolítica do Governo Federal.
O acadêmico de Engenharia Química, William Gampert, acredita que é inviável haver aumento no preço das refeições do R.U, já que seria impossível para os e as estudantes conciliarem as atividades da faculdade e trabalho e terem uma alimentação adequada.
“É o que me dá alimento todo dia, onde eu almoço e janto a semana toda”, coloca o estudante de Jornalismo, Gabriel Escobar, sobre o papel do R.U. na sua rotina. Ele acrescenta que não tem condições financeiras para prover sua alimentação sem o auxílio do Restaurante Universitário.
Por sua vez, a acadêmica de História, Caroline Vargas, comentou sobre a questão das bolsas na universidade, as quais não acompanham a inflação no país e são baixíssimas levando em consideração as atividades realizadas.
“Esses cortes são o reflexo de uma crise muito maior”, conceitua Caroline, a respeito de um projeto de desigualdade social e manutenção do poder das elites no Brasil.
A partir dessas falas, é possível concluir que a permanência dos e das estudantes na UFSM é completamente atrelada a alimentação providenciada pelo R.U. É extremamente importante que a classe estudantil, que também será a trabalhadora, lute por seu direito de se manter na universidade.
Veja mais fotos do protesto clicando aqui.
TAE, defenda o acesso à alimentação na UFSM!