A FASUBRA divulgou o relatório preliminar do levantamento nacional de informações sobre o Reconhecimento de Saberes e Competências dos Técnico Administrativos(as) em Educação (RSC-TAE). A pesquisa, realizada entre os dias 4 e 14 de abril de 2025, buscou mapear o alinhamento entre as competências desenvolvidas pelos servidores e os critérios propostos para o RSC-TAE.
O levantamento, elaborado de forma independente pela FASUBRA, surgiu em resposta à falta de diálogo no lançamento de formulário semelhante, feito por outra entidade da educação, o que prejudicou a coesão metodológica pretendida. O foco foi contemplar as especificidades das Instituições Federais de Ensino (IFE) que compõem a base da federação, com destaque para universidades federais, hospitais universitários e colégios de aplicação.
Metodologia e princípios norteadores
O questionário seguiu diretrizes teórico-metodológicas do Grupo de Trabalho Reconhecimento de Saberes e Competências (GT-RSC) da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC). O objetivo principal foi avaliar se os 87 itens do rol atual de saberes e competências são representativos das experiências e conhecimentos dos servidores Técnico Administrativos(as) em Educação em sua atuação institucional.
O relatório se apoia em quatro pressupostos fundamentais:
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O RSC-TAE é um direito de todos os integrantes da carreira PCCTAE.
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Deve haver isonomia entre os diferentes níveis de classificação.
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O RSC-TAE deve equivaler ao percentual de Incentivo à Qualificação (IQ) imediatamente superior à titulação formal.
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Todo o acervo funcional do servidor deve ser considerado nos cálculos de progressão.
Participação expressiva e representativa
A pesquisa contou com a participação de 10.907 servidores Técnico Administrativos(as) de 76 instituições federais de ensino — um número que representa 4,84% do total da carreira PCCTAE, índice amplamente superior ao mínimo necessário para validade estatística.
Entre os respondentes, 95,2% estavam vinculados a universidades federais, com predominância de localizações no Sudeste (37%) e Nordeste (28%). Do total, 86,5% estavam em atividade, 13,4% eram aposentados e 0,1% pensionistas.
Perfil dos respondentes
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Tempo de serviço: A maioria possuía entre 10 e 30 anos de carreira.
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Classificação: 47,3% dos respondentes estão no nível D, seguidos por 33,8% no nível E.
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Escolaridade: Destacam-se os servidores com especialização (45,1%), mestrado (31,2%) e doutorado (7,1%).
A pesquisa ainda identificou grande diversidade de cargos — 200 diferentes denominações — com predominância de assistente em administração (25%).
Condições de trabalho e percepção do modelo
Outros dados revelam que:
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27% já atuaram em hospitais universitários;
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24,2% trabalharam em regime de escala de plantão;
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21% atuaram em período noturno;
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42,8% já exerceram função de confiança ou cargo em comissão.
Sobre a avaliação do rol de saberes e competências, a média geral foi de 3,52 estrelas (em um máximo de 5). Quase 30% dos respondentes deram nota máxima, enquanto cerca de 20% deram notas baixas (1 ou 2 estrelas), apontando para a necessidade de ajustes e revisões no modelo.
Próximas etapas
Atualmente, a análise dos dados encontra-se na segunda etapa, que avalia os perfis dos respondentes e sua capacidade de atender aos critérios do RSC-TAE. Na fase final, o relatório utilizará inferência estatística para propor ajustes ao modelo e embasar as negociações com o governo.
A FASUBRA espera que os resultados subsidiem a construção de um modelo mais justo, representativo e acessível para o reconhecimento das competências dos Técnico Administrativos em Educação. Veja o relatório completo, clicando aqui.