Plenária das Entidades debate sobre reajuste salarial e permanência estudantil na Universidade

Nem a chuva intensa espantou Servidores e Servidoras Públicas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que estiveram na Primeira Plenária Unificada, desde o retorno presencial da instituição. Na mesa de debates estiveram reunidos(as) representantes da Assufsm, Sedufsm, Atens e DCE.

As principais pautas, unificadas, debatidas foram a questão do reajuste salarial emergencial, a diversidade e permanência estudantil na UFSM e a importância de ações unificadas para a defesa da Universidade.

Representando a Assufsm, esteve o Coordenador de Formação Política e Sindical Eloiz Cristino, que tratou exatamente sobre a unificação das entidades e a autonomia universitária, com democracia.

“Temos que ter unidade na ação, respeitando o modo de cada entidade, e unir forças para que possamos ter uma universidade pública de qualidade. Para isso, é necessário que tenhamos a garantia de uma universidade com autonomia e democracia. E a instituição é feita para sua comunidade, para a cidade, porém, em alguns momentos, durante essa pandemia, se pode ver a preocupação da Universidade em dialogar, apenas, com o setor empresarial”, afirma ele, que também citou sobre a permanência estudantil e quantos desafios o movimento sindical, juntamente com estudantes, já enfrentou.

Eloiz Cirstino – Coordenador de Formação Política e Sindical da Assufsm

E na representação do DCE esteve a acadêmica de Ciências Sociais noturno Eduarda Trindade. Em sua fala, Eduarda destaca a importância do apoio das entidades para a cobrança do passaporte vacinal na UFSM, aprovado em reunião do Conselho de Ensina Pesquisa e Extensão (CEPE). Ela segue debatendo sobre o retorno do vestibular e como isso pode retroceder na história da UFSM.

“Defendemos que todos(as) podem ingressar na UFSM. Nossa Universidade é feita de cores, e isso foi possível graças às vagas do ENEM. Contudo, com o provável retorno do vestibular, poderemos notar a volta de tempos, apenas, brancos. E isso é um retrocesso. Quando o filho e a filha do trabalhador(a) ingressa na Universidade Federal, a vida da família toda pode mudar e é isso que queremos”, proclama ela.

Eduarda Trindade – Representante do DCE/UFSM

A professora e Diretora-Geral da Sedufsm Márcia Morschbacher realizou sua fala protagonizada por 3 pontos: Orçamento das Instituições; PEC 32; e Campanha Salarial Emergencial. De acordo com ela, essas pautas unificam a luta.

“Também precisamos debater sobre as condições de retorno presencial, visto que as notícias sobre o orçamento não são nada animadoras, com inúmeros cortes de verbas. Como vamos garantir a segurança desse retorno presencial, se não teremos recurso, por exemplo, para fazer a manutenção de uma janela que está, há anos, emperrada?!”, questiona ela, que segue debatendo sobre a importância de se manter atento(a) a PEC 32, a Reforma Administrativa, mesmo com a saída da pauta de votação.

“Foi uma vitória e uma imensa e intensa mobilização do funcionalismo público em Brasília”, recorda ela.  

Márcia finaliza sua fala tratando sobre a Campanha Emergencial Salarial. Ela lamenta que o governo não abra negociação com os e as Servidoras e não se tem perspectiva de reajuste.

Márcia Morschbacher – Diretora-Geral da Sedufsm | Foto: Assessoria de Imprensa Sedufsm

“Nossos salários estão congelados, mas as nossas perdas não. E isso prejudica todo o setor econômico”, encerra ela.

O professor e Diretor da Sedufsm Leonardo Botega foi quem mediou o debate.

Quanto está custando a sua hora?

Essa reflexão foi realizada pela Conselheira da ATENS Elisete Kronbauer, que debateu sobre a defasagem salarial e demais prejuízos vivenciados não apenas por servidores(as), mas pela população em geral.

“A falta de reajuste está deixando servidores(as) sem poder realizar sonhos nem dar uma assistência digna para sua família. O reajuste que se está pedindo, de 19,99% é realmente emergencial, porque nosso reajuste deveria ser de mais de 63%, conforme pesquisas do IBGE”, afirma Elisete.

Elisete Kronbauer – Conselheira da ATENS

Ainda em sua apresentação, a servidora seguiu estimulando a reflexão sobre as perdas salariais e também perpassou sobre a questão da aposentadoria do funcionalismo público federal.

“Não temos mais a garantia de uma aposentadoria justa. Mas anualmente temos a correção do plano de saúde. Além disso, não temos mais reajustes nos auxílios e gratificações e vemos o custo de vida aumentar cada vez mais”, diz ela.

Elisete também levantou um ponto muito importante sobre o salário mínimo nacional, que sofre correções apenas sobre a inflação e não tem aumento real. Conforme dados do DIEESE, os R$1.212,00, pagos hoje ao trabalhador(a), deveria estar no valor de R$6.394,76, para que, segundo Elisete, a população pudesse ter uma vida digna.

Para concluir, novas ações unificadas devem ser agendadas para próximos meses, bem como projetos de ‘reconexão’ com as categorias das entidades para que retornem aos atos de luta presencial.  

Texto e Fotos: Assessoria de Comunicação Assufsm

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