O relator da Reforma Administrativa, o deputado Arthur Maia, admitiu que o texto da PEC 32/2020 só deve ser finalizado após as eleições de 2022. Segundo ele, não está no “timing” de analisar matérias polêmicas como esta, que podem ser travadas no Congresso para evitar desgaste com parlamentares.
“Toda reforma, por mexer em estruturas, tem resistências. Na medida em que vai se aproximando da eleição, temas como esse são mais difíceis de tramitar na Câmara. Hoje, vejo pouca chance de a reforma administrativa caminhar durante o atual governo”, lamentou Maia.
Maia também criticou o descaso do governo em pressionar pela aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 32.
“A reforma administrativa é um projeto que só andará se houver o interesse do Poder Executivo. O Executivo encaminhou. A Câmara cumpriu a parte que lhe cabe. Agora, daqui pra frente, para que ela seja aprovada no Plenário da Câmara e do Senado, é preciso que haja participação efetiva do Poder Executivo”, argumentou.
O relator ainda segue:
“Eu não sinto isso, infelizmente. A exceção do ministro Paulo Guedes, que realmente tem demonstrado interesse grande na aprovação da reforma, o Palácio do Planalto não tem se movimentado”, lamentou.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, culpou aliados do presidente Jair Bolsonaro pelo atraso na tramitação da reforma administrativa . Segundo ele, o entorno do presidente bloqueou, não deixou andar no início, depois veio a COVID-19 e embaralhou tudo.
A Comitiva da Assufsm, em relatos enviados para o Setor de Comunicação do Sindicato, relata a importância de manter a pressão contra a PEC 32/2020 em Brasília nesse momento.
“Todos os sindicatos e centrais que estão aqui estão ajudando a manter longe da pauta do Congresso a PEC 32. Isso para nós é uma vitória, mas ainda vamos nos manter aqui, em luta”, afirma o Técnico Administrativo em Educação Aposentado Celso Fialho, que falou diretamente de Brasília sobre os bastidores da luta (veja).
A proposta mexe com regras do funcionalismo público para novos e novas servidoras. Guedes defende a proposta para enxugar a máquina pública.